Para Hipócrates, filósofo e pai da medicina, somos uma unidade organizada, sendo o corpo a dimensão funcional, a alma a dimensão reguladora e a doença o efeito da desorganização desta unidade.
A história nos mostra que desde épocas anteriores ao calendário cristão, percebemos a nós mesmos como uma unidade, na qual vários aspectos se inter-relacionam e se complementam para formar essa singularidade que expressamos, dando-nos um senso de identidade com o qual transitamos por toda uma existência.
A visão de mundo quântica nos oferece postulados que fortalecem a confirmação dessa unidade, onde o físico e o psíquico mantêm uma interação e uma influência recíprocas.
Já dizia Kant, filósofo alemão, que “as pesquisas que valorizam apenas o corpo anátomo-fisiológico serão sempre cenário de frustração, pois o saber sobre a doença não se reduz à anatomia e fisiologia do corpo físico.”.
Georg Groddeck, médico alemão, escreveu o Livro D’Isso, obra que marca o nascimento da psicossomática moderna. Para ele, a doença pode ser entendida como uma criação carregada de finalidade, sentido e função expressiva. Assim, todo e qualquer tratamento deve abranger, ao mesmo tempo, o ser humano e seus sintomas.
As manifestações psíquicas – pensamentos, emoções e sentimentos – instalam-se na dinâmica do organismo físico e a origem da doença é determinada pela combinação entre uma vulnerabilidade orgânica específica, a psicodinâmica do paciente e a situação exterior que mobiliza seus conflitos e atinge suas defesas.
O desafio na análise das doenças é compreender o universo único e inédito presente no indivíduo, cuja riqueza de experiência não pode ser refletida por métodos estatísticos. É imprescindível estabelecer uma terapêutica que contemple a singularidade dos pacientes, ou seja, a Unidade.
A doença precisa ser vista como um caminho para a saúde. Ela nos dá poderes para fazermos o que desejamos, sem nos sentirmos reprimidos. Ela é uma expressão de nós mesmos, que nos conta que algo em nossa alma não vai bem. Nosso organismo físico apenas responde à alma!
Portanto, saber a respeito da alma e sua interação com o corpo e as doenças manifestadas, é conhecer profundamente o ser único que habita em nós.
As doenças também são familiares, uma vez que a dinâmica da família é preexistente ao ser recém-nascido. Ela é inconsciente. Os membros vão “herdando” os caminhos neuróticos de autopreservação, desenvolvidos neste grupo há muitas gerações. ,
Essa dinâmica vai sendo aprendida e introjetada pelo bebê desde os primórdios de sua formação. Assim, é preciso conhecer também a dinâmica da família do paciente e seus mecanismos sadios e neuróticos de elaboração de conflitos.
Desta forma, pode-se supor uma lógica do adoecer para os membros de um mesmo grupo familiar e trabalhar para que os sintomas não apareçam ou apareçam menos destrutivos ou possam, de fato, ser curados.
São louváveis os tratamentos que levam o paciente a trabalhar em três níveis – energético, funcional e orgânico, de forma dinâmica, interligada e complementar. As terapias e psicoterapias sistêmicas e energéticas são recomendadas se bem trabalhadas com foco e intencionalidade bem definidas
É importante lembrarmos que nossa psique, nosso inconsciente pessoal e coletivo, são carregados de arquétipos, símbolos e mitos que estão no cerne, no centro de toda vida imagética. Seu trabalho é, principalmente, revelar os segredos do inconsciente, abrindo nossa alma para o desconhecido em nós.
Todas as influências inconscientes e conscientes, bem como todo produto de ações, ideias, conceitos, crenças etc, ficam sintetizadas imageticamente na psique humana.
Então, é possível identificar a origem de muitas doenças e o que realmente poderá trazer a saúde num processo terapêutico que guie a pessoa a entrar em contato com sua simbologia interna.
É preciso aceitarmos, de uma vez por todas, que, embora possamos agrupar por sintomas as doenças, suas causas são de ordem singular. Elas se sintetizam escondem e podem ser solucionadas através de símbolos, mitos e arquétipos.
Eles se movimentam o tempo todo, assumindo formas diversas que muitas vezes nos sustentam e equilibram e outras que nos desorganizam e adoecem obsessivamente e dissimuladamente. E, continuam conosco, atuantes, procurando nos manter no mesmo padrão no qual foram criados, até que os reconheçamos e nos libertemos conscientemente deles.
Nossos corpos físico, mental e vital, na verdade, são um arquivo de histórias emocionais interpretadas por nós mesmos e repletas de efeitos interferentes.
Precisamos mudar os símbolos adoecidos presentes em nós! Precisamos aprender mais caminhos saudáveis para serem percorridos pela nossa alma!
A doença é um momento sagrado que vai mexer com toda a vida da pessoa, para que ela vá em busca do reencontro com seu eu, sua essência divina, sua consciência interna. E, com isso, experimente uma existência saudável e feliz!